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COLÍDER - MPE notifica município para que anule contrato com comunidades terapêuticas
por ANDRÉIA MEDEIROS
terça-feira, 13 de março de 2018, 17h37
O Ministério Público do
Estado de Mato Grosso, por meio da 1ª Promotoria de Justiça Cível de
Colíder, emitiu notificação recomendatória ao município para que, no
prazo de 48 horas, cancele a licitação que resultou na contratação de
três comunidades terapêuticas por não possuírem o alvará sanitário
necessário que as credenciam como entidades de saúde. Sem a referida
licença, as unidades ficam impossibilitadas de realizar internações
compulsórias.
Segundo o MPE, as entidades não cumprem as
exigências estabelecidas na politica de atendimento às pessoas com
problemas decorrentes do abuso de álcool e drogas, que preconiza o
atendimento em regime ambulatorial, geograficamente próximo ao seu
domicílio, o que propiciaria uma real aproximação daquele “dependente”
de uma plena recuperação e reinserção na sociedade.
Em Colíder
funciona um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), na modalidade CAPS I,
que, apesar de não atender o público com problemas decorrentes do abuso
de álcool e drogas, possui psiquiatra contratado. Atualmente, tramita
no Ministério Público um inquérito que apura as condições e a
regularidade do processo licitatório que contratou as três comunidades
terapêuticas para tratamento de dependentes químicos do município, todas
situadas em Várzea Grande.
As investigações conduzidas pelo
Promotor de Justiça Substituto, Carlos Rubens de Freitas Oliveira Filho,
apontaram que as unidades tiveram seus alvarás sanitários suspensos,
por irregularidades não sanadas no prazo legal. As informações foram
fornecidas pela Vigilância Sanitária de Várzea Grande, órgão responsável
pela fiscalização das Comunidades Terapêuticas naquela cidade.
A
Resolução do CONAD n.º 29/2011 regulamenta no âmbito do Sistema
Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – SISNAD, as entidades que
realizam o acolhimento de pessoas, em caráter voluntário, com problemas
associados ao uso nocivo ou dependência de substância psicoativa,
caracterizadas como Comunidades Terapêuticas, e veda a internação
compulsória, não sendo, consequentemente, parte da Rede de Atenção
Psicossocial (RAPS).
Uma reunião com representantes de vários órgãos do município foi realizada nesta terça-feira (13.03).


